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Entre Faraós e Buracos Negros: Uma Jornada sobre Heresia, História, Ciência e Questionamento
A maior fusão de buracos negros já detectada está reescrevendo alguns dos fundamentos da astrofísica moderna, e a história parece ecoar antigos dilemas entre o que é heresia e o que é revolução. A cada descoberta, uma nova fogueira é acesa, mas será que há mesmo um “lado certo”? Bem-vindos à terra dos paradoxos – do Egito antigo à física de ponta, onde não há respostas definitivas, apenas perguntas cada vez mais provocativas.
Nos últimos meses, pouco se falou do ocorrido em julho: a sala da conferência científica de Glasgow, vibrou com os dados de uma colisão cósmica: dois titãs negros, possuindo cerca de 103 e 137 vezes a massa do Sol, uniram-se a 10 bilhões de anos-luz da Terra e formaram um novo buraco negro — de 225 a 265 sóis, girando 400 mil vezes mais rápido que a Terra.
Os sinais, capturados por detectores LIGO, Virgo e KAGRA, duraram menos que um suspiro humano, mas foram fortes o suficiente para abalar o edifício teórico da astronomia contemporânea. A fusão observada não se encaixava nos padrões: era grande demais, rápida demais, improvável demais para caber nos modelos convencionais.
Estudiosos agora pressionam para rever o chamado “gap de massa”, aquela janela de possibilidades que, até ontem, dizia o que era e o que não era possível — até que veio mais uma vez o improvável: Quando Heresia Vira História.
Ave, leitor inquieto: este texto é para quem nunca se contentou com respostas absolutas e desconfia das verdades cristalizadas nos livros. A palavra “heresia”, tão carregada de profundo pesar, significa simplesmente “escolha” ou “opinião contrária ao credo dominante”. Da inquisição aos escândalos acadêmicos, da fogueira ao ostracismo, a rejeição do novo já condenou nomes como Lucilio Vanini — executado por propor uma proto-teoria evolucionista — e Miguel Servet, queimado por discordar tanto dos católicos quanto dos protestantes.
O universo da ciência é abarrotado de idéias, heresias científicas que foram outrora ridicularizadas e viraram verdades:
Buracos Negros – Antes vistos como impossíveis, hoje são objeto de estudo e fascínio.
Ondas Gravitacionais – Einstein previu em 1916; só registradas cem anos depois, agora são base de uma nova era no conhecimento do cosmos.
Tectônica de Placas – Alfred Wegener sofreu escárnio em 1912; só foi pacificamente aceito nos anos 60.
Genoma Humano – Mapeamento era utópico nos anos 1980, mas virou rotina para a medicina atual.

Monumento escalonado em Zigurats, cidade futurista no MS / Crédito: Reprodução
E onde o Egito antigo se encaixa em tudo isso? Ele nos ensina que respostas nunca valem tanto quanto as perguntas: registros de uma civilização há pelo menos 5 mil anos, com organização estatal, escrita hieroglífica e legado que desafia todo consenso sobre o “início” da humanidade. O ambiente — seja no deserto ou nos vestígios dos templos — convida ao questionamento, à revisão do que se toma como definitivo.
A minha jornada geográfica em busca de respostas, se reinicia aqui, há quatro meses de estudo solo do outro lado do oceano e hoje vos escrevo direto da costa mediterrânea do Egito. Mas ela teve um primeiro reinício, ao longo dos últimos anos, com o grupo Dákila de pesquisas e seu fundador, Urandir Fernandes de Oliveira.
Sobre o buraco negro, o professor Mark Hannam, da Universidade de Cardiff, resumiu a estranheza: “Estas massas não poderiam sequer existir, segundo tudo que se sabe sobre a morte das estrelas”. Há, assim, uma heresia admitida — e celebrada — no centro da pesquisa, pois o impossível se impôs como fato. A história da ciência, com seu panteão de “hereges” tornados inovadores, parece se repetir.
A dúvida é o motor do progresso e a busca de respostas carrega em si um propósito maior – o avanço do conhecimento é, em última instância, um ato de generosidade para com a humanidade. Cada teoria derrubada, cada “heresia” tornada verdade, representa uma porta aberta para soluções que curam, salvam, unem distâncias e criam alternativas que antes pareciam devaneios perigosos. Que venham mais fogueiras, mais perguntas incômodas – porque só queimando certezas podemos iluminar caminhos inéditos e, quem sabe, transformar a vida coletiva de forma que só o verdadeiro progresso alcança
A dúvida é o motor do progresso: Não há resposta definitiva para quem pergunta como um antigo egípcio ou um pós-doutor na Escócia: há apenas a busca, expressa tanto no silêncio do deserto quanto nos pixels de um telescópio avançado. E que acendam as fogueiras e deixem queimar os dogmas ou os hereges.
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